quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Ao sabor do vento...

É duro, não é?
Olhas à tua volta e não vês mais do que o mar,
Eterno e intemporal,
Com o seu ondular constante,
O seu lamento tumultuoso,
E tu
Sozinho no meio, flutuando como uma pena
Ao sabor do vento,
Percorrendo montanhas e vales,
Desertos e cidades,
Sem resistir à direcção imposta, flutuando
Docemente, calmamente...
Custa-te, mas tem de ser!
Não podes, não consegues lutar!
Resistência é um mero pensamento
Que te assombra ocasionalmente...

Duro é ver-te!
Olhar-te como se olha a dança das folhas no Outono.
Como se do alto te esticassem a mão e tu fugisses,
Actuando como a borboleta, que foge à rede
Do inocente coleccionador.
Que te oferece a inacção?
Que prazer tiras do não fazer?
Será pois tua acção o bolinar,
Ou será teu pecado, somente, não lutar?

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