segunda-feira, novembro 13, 2006

Tempo


Batem relógios no raiar dos dias,
Por cada batida novas fantasias.
Loucas palavras, luzes cor de mel,
Ventos que trazem nuvens de papel.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto mais longe, mais perto de ti.

Vozes ao longe chamam por mim,
Cantigas, magia, passos de arlequim.
Estrelas cadentes na palma da mão,
Milagres, duendes, rasgos de paixão.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto mais longe, mais perto de ti.

Ouço os segredos do fundo do mar,
Barcos perdidos, sereias a cantar.
Trago o teu nome escrito no peito,
Volta para mim, faz teu o meu leito.

Diz-me o que hei-de eu fazer,
Sinto no tempo o meu tempo a morrer.
Quanto mais longe, mais perto de ti.

Pedro Abrunhosa, Tempo

3 comentários:

Anónimo disse...

Lindo, como tu!
Patrícia

Sandra disse...

Bonito....

Beijinho :)

Sandra disse...

Por falar em tempo... Há muito tempo que não "apareces"...

Beijinhos :)